As consortes espanholas em Portugal

Alegoria às cortes de Lamego (1818) por Domingos Sequeira

Nas Cortes de Lisboa de 1679, ainda sob a regência do Infante D. Pedro relativamente à incapacidade do irmão Afonso VI, foi legislada o teor da sucessão de que filhos de uma infanta portuguesa com um nobre estrangeiro estariam excluídos daí doravante da sucessão.

Estavam desta forma, em contexto pós-guerra, gizados os pressupostos para que a história que levou à Monarquia Dual se voltasse a repetir. Em resultado da restauração, a tradição de casar os sucessores da coroa com infantas espanholas foi quebrada durante perto de 100 anos (isto se excluirmos Luísa de Gusmão visto que não era infanta).

Em 1641 é feita pela primeira vez referência às cortes de Lamego que teriam tido lugar durante o reinado de Afonso Henriques. Essa teoria foi posta em causa por Alexandre Herculano no séc. XIX, visto não existir qualquer prova documental de cortes anteriores a 1211.

D. Henrique e D. Teresa condes de Portucale. A tela está datada do século XVII, após a restauração

A existência destas cortes terá sido ficcionada pelo novo regime saído da Restauração como forma de legitimar o seu novo poder e como forma de se voltarem a verificar crises sucessórias. Certo é que durante cerca de 80 anos Portugal não voltou a ter uma rainha espanhola até 1750, quando a infanta Mariana Vitória, casada com o príncipe D. José foi entronizada como rainha consorte. Pelo meio, e depois de Luísa de Gusmão, tivemos uma rainha italiana (Maria Francisca de Sabóia), alemã (Maria Luísa de Neuburgo) e austríaca (Maria Ana). Em 1727 com o casamento do príncipe herdeiro José com a infanta Mariana Vitória por necessidades de entendimento entre os vizinhos ibéricos por causa da posse do mar do Rio da Prata, já que Portugal havia criado a chamada “colónia do Sacramento” (que veio a dar origem ao Uruguai) para disputar com Espanha esta região rica em recursos.

Esta “regra” das Cortes de Lamego permaneceu na memória colectiva quando a filha mais velha de D. José, D. Maria I casou com o tio Infante D. Pedro. Quando a bisneta, a homónima Maria II casou com Fernando de Saxe, um nobre alemão, ninguém voltou a falar das cortes de Lamego a não ser quando, anos antes, o infante D. Miguel convocou as últimas cortes portuguesas para se auto legitimar, vulgo, por causa da sobrinha Maria ser filha do irmão entretanto ‘estrangeirado’ por ser imperador do Brasil.

Carlota Joaquina, mãe dos dois irmãos de Portugal, seria a última rainha consorte espanhola em Portugal. Daí adiante, teríamos uma italiana (Maria Pia) e francesa (Amélia de Orleães) a sentarem-se no trono.

Ponto de situação na Genealogia

Após cinco anos a dedicar-me ao estudo genealógico da minha família, decidi fazer um ponto de situação.

Com o auxílio do site https://learnforeverlearn.com/ancestors/ é possível gerar uma “macro-árvore” genealógica onde podemos ver a dimensão em extensão horizontal (nº de indivíduos) e vertical (tempo).

Para o meu caso, consigo ver que o tronco paterno está muito mais desenvolvido que o materno em virtude de conseguir cruzar a informação por mim obtida com a pré-existente em sites de genealogia on-line.

Do lado esquerdo, a árvore ainda não está tão desenvolvida em virtude de ao contrário do lado paterno, não ter sido possível cruzar informação.

Árvore Genealógica obtida a partir de GEDCOM em https://learnforeverlearn.com/ancestors/