A dieta mediterrânica na Idade Média

No século X, temos o testemunho de um clérigo enquanto emissário do imperador germânico Otão I à corte do imperador romano do Oriente Nicoforos II em Constantinopla (actual Istambul) relativamente aos hábitos alimentares da corte oriental. A cisão entre Leste e Oeste na Alta Idade Média não era apenas política e religiosa mas também cultural, e especificamente nos hábitos alimentares.

O testemunho escrito do lombardo Liuprando de Cremona dá-nos conta de que a culinária romana, era tipicamente mediterrânica, com grande predominância de azeite, cebola e alho e com a continuação da existência do garum, uma pasta à base de peixe . A alimetação da corte europeia de Otão I era, de onde era oriundo Liuprando, à base de carne de caça, ovos e manteiga, daí a impalatabilidade de que Liuprando deu conta no seu relato da visita diplomática à corte bizantina.

Para Liuprando a maior parte desta comida era impalatável, estando presente entre a infinita enumeração de defeitos que o bispo lombardo fez sobre a corte bizantina, sem poupar o imperador !

Os povos bárbaros que sucederam ao Império Romano do Ocidente tinham uma longa tradição de caça, a qual se manteve quando, apesar de se converterem ao cristianismo, mas tal não alterou os seus hábitos alimentares.

Seria interessante ter acesso a estatísticas de longevidade e doença no antigo império bizantino no século X, para comprovar se comprovavam as vantagens desta dieta entre os bizantinos.

É possível ler o relato de Liuprando online.

Autor: digitalfisherman

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