25 de Abril… 44 anos e para sempre !?

salgueiro_zpspn6zkzmbNeste dia completam-se 44 anos da revolução dos cravos. Todas as pessoas que eram jovens de 20 na altura daqueles acontecimentos sabem que aquele dia seria apenas o dia 1 de dois longos anos que só terminaram com a eleição democrática do primeiro governo e presidente da república e a aprovação da Constituição (outros diriam que terminaram a 25 de Novembro). O primeiro capítulo que é lembrado, uma vez que outras datas, como 11 de Março de 1975 e outro 25 do outro mês teria sido como a Revolução de Outubro da criação da União Soviética, caso tivesse tido sucesso. O Regime do “Estado Novo”, como se autoproclamava, durou de 1932 a 1974, 42 anos portanto, se ales acrescentarmos os 6 anos de ditadura militar que se estenderam de 1926 a 1932 até o senhor natural de Santa Comba Dão assumir as rédeas do poder, serão 48 anos. Em breve ( 4 anos, em 2022) a nossa democracia terá ultrapassado em longevidade o período de ditadura militar-fascista que perdurou de 1926 a 1974. Sinal de que a nossa democracia está madura e se tem aguentado, apesar de todos os altos e baixos que ela conheceu !?

Toda a gente sabe, actualmente na Europa existem dois ou três estados (excluindo a Turquia e a Rússia, que não são “completamente europeias”) que estão em vigor regimes que apesar de terem chegado ao poder por via de escrutínio, assumiram decisões, na nossa óptica de europeus ocidentais, põem em causa aquilo que são as bases de uma democracia. Não vou exemplificar. Os jovens que nasceram já muito após 1974, nasceram já numa liberdade que não souberam como foi dura de conquistar, e assumem-na como se fosse um direito de facto, da mesma maneira que têm direito a comer, a beber e a dormir, portanto, uma coisa natural. Por isso, poderá não admirar que poderá aparecer por aqui ou ali algumas bocas que defendam que no tempo da velha senhora é que era bom, que não havia tanta corrupção, que as cadeias estavam vazias e que Portugal era uma potência multicontinental, e abdicou de tudo isso para se tornar num país pouco relevante, no contexto de uma Europa de potências regionais que sempre tiveram o seu pendor histórico que lhes permitiu usufruir desse estatuto, escusado relembrar ou nomear que nações se tratam.

Portugal terá de continuar a acreditar que a sua democracia tem sobrevivido aos desafios e vicissitudes apresentados pelo tempo. Sinal que o seu passado histórico se reflecte na sociedade, e, na memória colectiva do povo, este é o regime político que melhor ne convém, porque também é o regime político de que as outras nações da União Europeia têm instituído, com a excepção de uns poucos casos supra-citados.

Deveremos manter o optimismo e perguntar por quanto tempo vamos manter vivo o espírito do dia, para evitar que se torne numa data esquecida no tempo como o 5 de Outubro !?

 

António de Andrade – o primeiro europeu em terras do Dalai Lama

res-6619-p_0011_rosto_t24-c-r0150Esta semana, a rubrica histórica da Antena 1 chamada “Histórias da História” decidiu dedicar o programa ao padre jesuíta António de Andrade, que foi o primeiro europeu a encabeçar uma expedição ao que chamou então o “Gram Cathayo, ou Reinos de Tibet” . À semelhança de António Tenreiro foi mais um dos portugueses que empreendeu viagens terrestres e teve mais oportunidade de as narrar em primeira pessoa em obra impressa.

Podcasts:

  1.  1º episódio (Segunda-feira, 16 de Abril)
  2.  2º episódio (Terça, 17)
  3. 3º episódio (Quarta, 18)
  4. 4º episódio (Quinta,19)
  5. 5º episódio (Sexta,20)

A RTP já havia dedicado um documentário em vídeo a esta viagem que está disponível no RTP Play.

A obra original impressa de António de Andrade está disponível online na Biblioteca Nacional Digital assim como uma edição já do século XX revista e comentada.